O risco de ter um infarto ou um derrame caiu pela metade em pessoas com mais de 60 anos que davam mais de 6 mil passos por dia
Quantos passos você dá por dia? Nem todas as pessoas têm essa curiosidade, mas deveriam. Isso porque um estudo recente feito pela Universidade de Massachusetts e publicada na revista cientifica Circulation revelou que dar de 6 a 9 mil passos por dia reduz de 40 a 50% o risco de ter um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) em pessoas com mais de 60 anos.
Ao longo dos anos, muitos estudos avaliaram a relação da quantidade de passos por dia com a longevidade. A diferença desse estudo, que é uma meta-análise, teve como objetivo analisar o quanto o número de passos contribui para a redução do risco de ter um infarto ou um acidente vascular cerebral.
Mais passos, menor risco de ter um infarto
Para Dra. Daniele Salas, médica cardiologista, a mensagem mais importante desse estudo é que após os 60 anos, é preciso se manter ativo para proteger a saúde cardiovascular, bem como para reduzir o risco de ter um infarto ou outro problema cardiovascular.
“Precisamos incentivar as pessoas com mais de 60 anos a serem mais ativas, ou seja, a aumentarem o número de passos por dia. Mas temos muitos desafios referentes a essa população, como redução da mobilidade e falta de espaços adequados para práticas de caminhadas, por exemplo”.
Por outro lado, quando o idoso não possui nenhuma restrição de movimento fica mais fácil recomendar que se torne mais ativo. Os benefícios dos passos a mais são mais efetivos para quem é sedentário ou ainda para àqueles que dão cerca de 2 mil passos por dia, segundo o estudo.
Os primeiros passos para reduzir o risco de ter um infarto ou AVC
O primeiro passo é achar uma maneira de calcular os passos. “Há diversos aplicativos que podem ser instalados no celular, mas o dispositivo precisa estar com a pessoa enquanto ela se movimenta para realizar o cálculo. Há também relógios ou pedômetros que podem ser a melhor opção para pessoas com mais idade ou com dificuldade de manusear celulares”, aponta a cardiologista.
A segurança do idoso também é importante e passa por usar calçados adequados para uma caminhada, bem como avaliar as condições do trajeto que ele pretende fazer. “Um aspecto relevante é que toda atividade entra na contagem dos passos. A caminhada, o quanto andou dentro de casa, no mercado, no passeio com o cachorro, na ida à padaria”, reforça Dra. Daniele.
Para além disso, os 6 mil passos podem ter equivalências diferentes de acordo com o tamanho do passo e o ritmo da caminhada. Mas em geral 6 mil passos correspondem a cerca de uma hora e meia de caminhada, num percurso de 3,5 km a 4 km.
Dicas para aumentar o número de passos por dia
- Usar as escadas em vez do elevador
- Ir à padaria, farmácia ou mercado a pé
- Caminhar na rua, parques ou praias
- Descer do transporte público algumas estações antes do destino
- Passear com o cachorro
Dicas de segurança
- Idosos com problemas de mobilidade precisam estar atentos ao tipo de terreno, não sendo recomendado ruas com ladeiras, calçadas irregulares etc.
- O calçado precisa ter um solado de borracha e de preferência com amortecimento, sendo o tênis o sapato mais adequado para caminhadas